A Faculdade de Arquitectura e Planeamento Físico (FAPF) da Universidade Lúrio acolheu, no dia 08 de Outubro, no Campus Universitário de Marrere da UniLúrio, em Nampula, uma palestra subordinada ao tema “Património Arquitectónico na Ilha de Moçambique: Passado, presente e futuro”, proferido pelo Arq. Jens Hougard, que defende que, devido à degradação e à reconstrução sem critérios, o edificado da Ilha de Moçambique está perdendo, dia por dia, a sua autenticidade e integridade histórica.

Na ocasião, Hougard começou por falar dos 1000 anos de história da região costeira de Moçambique, tendo de seguida falado sobre o desenvolvimento urbado, concretamento a primeira urbanização colonial da Ilha de Moçambique, planeada numa grelha urbana dominada por dois conventos. Após apresentar a história daquela que é presentemente o património mundia da UNESCO, o arquitecto afirmou que, para entender a Ilha de Moçambique, o seu papel no contexto nacional e internacional, o seu estado actual e as perspectivas para o futuro será necessário examinar dois conceitos, nomeadamente Desenvolvimento e Conservação.

Relativamente a reconstrução sem critérios, Jens Hougard afirmou que nas obras que decorrem na Ilha são os investidores que definem os critérios de restauro, e estes não olham para a sua autencidade. “Os investidores vêem a antiguidade meramente como uma expressão arquitectónica que atribui ao ambiente urbano um toque de romantismo histórico que vende bem no mercado de turismo. Não se preocupa com a autenticidade”, disse tendo acrescentado que “neste processo duplo de degradação e reconstrução sem critérios, o edificado da Ilha está perdendo, dia por dia, a sua autenticidade e integridade histórica”.